“Caprichem nas folhinhas” : a infantilização das práticas pedagógicas e a docência da EJA

O presente trabalho problematiza a infantilização das práticas pedagógicas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e objetiva tratar dos argumentos que justificam sua manutenção na escola. Propomos uma reflexão sobre a docência na EJA e as implicações da infantilização no processo de escolarização dos estudantes. As leituras que contribuíram para o aprimoramento dessa discussão estão nas abordagens de: Freire (2002), Ribeiro (2001), Oliveira (2001), Di Pierro (2001) e Joia (2001). De cunho qualitativo, do tipo estudo de caso, a pesquisa foi realizada a partir da observação participante em uma turma de EJA, dos diálogos com a professora regente, além de uma leitura atenta do Diário de Campo do estágio curricular do 7º semestre, em uma escola da rede municipal de Porto Alegre, a qual retornei para a realização desta pesquisa. As análises desenvolveram-se sob três eixos: a inadequação dos materiais, a falta de aprofundamento das temáticas abordadas em aula e a formação dos professores como oportunidade de reflexão sobre a prática pedagógica. Pensamos que o processo de escolarização está regulamentado de tal maneira que impossibilita compreender o que significa o currículo próprio da EJA, e por isso, alguns docentes, reproduzem as mesmas atividades propostas às crianças aos estudantes jovens e adultos. Concluímos que pode haver certo temor docente pela abordagem pedagógica com materiais diferenciados que aparentem alguma fuga ao que já está regulamentado como sendo escolar